Nesta terça (03/11), será votada, na Alerj, a instituição da “Rota Charles Darwin” no Rio. A intenção é potencializar o ecoturismo e reativar antigas trilhas e estradas usadas pelo biólogo, o pai da Teoria da Evolução, em sua passagem pelo Brasil, em 1832. A autoria é dos deputados Carlos Minc e Zeidan. O percurso vai desde a Baía de Guanabara a Cabo Frio, na Região dos Lagos, passando por nove municípios fluminenses. Charles Darwin esteve no Estado do Rio, entre abril e julho de 1832, à época, com 23. Ele fez pesquisas científicas e sociais que ajudaram a formulação de teorias, como a da evolução das espécies e a da seleção natural.
“A passagem de Darwin no Rio foi mapeada. O caminho que ele fez em suas pesquisas percorre Niterói a Búzios; através dessas trilhas, criaram-se unidades de preservação e um ecoturismo científico. Vários trechos dessas trilhas também são feitos com bicicleta; então, a proposta reúne ecologia, ciência, ecoturismo e cicloturismo”, diz Minc.
A proposta também autoriza o Governo do Estado a criar o “Programa Cicloturístico da Rota Charles Darwin”, com o desejo de revitalizar o turismo da região, promover a conectividade intermunicipal das ciclovias, além de viabilizar a passagem de cicloturistas nas unidades de conservação da natureza.
A propósito, Darwin passou 93 dias no Rio e morou em Botafogo, aos pés do Corcovado. Segundo consta em suas anotações, o biólogo levou um dia inteiro até conseguir autorização para excursionar pelo interior fluminense. “Nunca é agradável submeter-se à insolência de homens de escritório, mas aos brasileiros, que são tão desprezíveis mentalmente quanto são miseráveis as suas pessoas, é quase intolerável”, reclamou, em 6 de abril de 1832. “Contudo, a perspectiva de florestas selvagens, zeladas por lindas aves, macacos e preguiças, fará um naturalista lamber o pó da sola dos pés de um brasileiro”.