Iara Figueiredo é intensa: já mudou a letra do nome (Y para I), é joalheira, poetisa, estilista, cantora, compositora e, com certeza, falta algo nessa lista. Agora, ela resolveu seguir outra paixão, a pintura. Começou a prática em 2005, numa de suas viagens à Índia, país que frequenta há mais de 20 anos, como seguidora do mestre e filósofo Osho. “Tive aulas de pintura com a artista japonesa Meera Hashimoto, referência internacional na arteterapia, que ilustrou mais de 40 livros de Osho. Minha mãe (Yolanda Figueiredo) pira nos meus trabalhos…. Mas o engraçado é perceber como a gente precisa da aprovação do outro. Se não vender, penduro na minha parede. Chamei a (curadora) Liliu Castelo Branco e ela ficou encantada”, diz Iara, que reuniu uns 50 trabalhos e já ganhou até representação nas lojas Tutto Per La Casa.
E de onde vem a inspiração? “Na hora que eu sento no meu sofá — a casa está toda pintada, assim como meus gatos, as roupas…. Olho o chão de madeira, e parece que o quadro é no chão. Pintei minha cozinha, o lavabo e a loja de preto. Então é uma viagem”, conta.
Os quadros multicoloridos também chamaram a atenção da estilista Alessa Migani, com quem fez parceria: “Vamos fazer uma coleção-cápsula com 15 peças replicando minhas estampas e vamos desenhar os modelos a quatro mãos. Nós duas viajamos tanto, que vai ser uma coleção solar, chique, porém despretensiosa, em que a pessoa pode usar da feira ao batizado”, diz Iara.
O desejo de voltar com a pintura veio antes da pandemia, mas o isolamento intensificou. “Eu estava numa felicidade por estar comigo”, diz ela. Por enquanto, não tem exposição marcada, mas a ideia é expor os trabalhos quando lançarem as roupas.