A 13ª edição do “Los Angeles Brazilian Film Festival”, considerado o maior festival de cinema brasileiro nos Estados Unidos, terminou nesse domingo (25/10), com o anúncio do seu fim depois de 13 anos. “Foi a decisão mais difícil da minha vida. Mas só quem realiza um evento desse tamanho sabe da luta que é, e nunca vivemos de maneira tão intensa a falta de valorização, de incentivo, e de prestígio à cultura”, disse Meire Fernandes, fundadora do festival, durante a cerimônia de premiação transmitida pela plataforma Filmocracy, que abrigou a versão 100% online.
Em 13 edições, o festival recebeu apoio apenas uma vez de um edital público e, neste ano, rolou até uma campanha de financiamento coletivo, mas apenas 1% da meta foi arrecadada. O festival, que já exibiu mais de 800 títulos e premiou mais de 300 profissionais do cinema, não tem recursos para seguir. “O custo médio para fazer uma edição é de R$ 1,2 milhão e, se pensarmos na estrutura que o festival merece e nos custos dos 25 profissionais envolvidos, teríamos que ter, pelo menos, R$ 2 milhões atualmente. Os aluguéis de teatro e cinema são caros; mesmo na versão online, foi um alto custo. Arrecadar pouco mais de R$ 2 mil na vaquinha também foi uma frustração imensa”, explica Manoel Neto, diretor do LABRFF.
O discurso do fim repercutiu e recebeu apoio de diretores, produtores, atores e atrizes que participaram do evento. “Estamos passando por um momento muito difícil. Eu torço para que o LABRFF possa recomeçar. Queria poder ir presencialmente ao festival”, disse Bruno Gagliasso.
O ator Matheus Nachtergaele, que dividiu com Gagliasso o prêmio de Melhor Ator, também lamentou. “O festival estar acontecendo este ano é um pequeno milagre. Eu vou guardar esse prêmio para o resto da minha vida, e queria muito ter participado presencialmente de alguma edição do festival. Quero acreditar que as decisões que estão acontecendo sejam acertadas apenas por hora, mas que depois possam ser revistas”, concluiu.