A diretora Joana Mariani acha que um dos pontos fortes do documentário “Me chama que eu vou”, que acompanha os 50 anos de carreira de Sidney Magal, é Magali West, a mulher do artista. O filme, a ser lançado nesta quarta (23/09), no Canal Brasil, a partir das 20h — também na mostra competitiva da 48ª edição do Festival de Cinema de Gramado —, segue o Magal do palco e o Sidney Magalhães do cotidiano.
“Quando começamos a pensar no doc e decidimos que a linha narrativa do filme seria entrevistar e acompanhar a vida do Sidney Magalhães — marido da Magali, pai da Natalia, da Gabriela e do Rodrigo, morador da Bahia e contador de histórias deliciosas —, eu sabia que o grande desafio seria fazer com que Magali topasse participar. Pra nós, era muito importante que ela estivesse ali, com ele, como está todos os dias há mais de 40 anos. Foi uma missão que envolveu muitas conversas, negociações, pedidos dramáticos; até chantagem emocional eu usei para convencê-la. Magali é avessa à mídia, não dá entrevistas há décadas, o que é curioso porque, quando ela topou, não se inibiu em frente às câmeras e falou muito bem, é divertida, solta, sincera, precisa”, diz Joana à coluna, acrescentando que grandes momentos estão na produção, graças a ela. “Toda a família foi muito generosa durante o processo de filmagem. Não é fácil ter a sua casa ‘ocupada’ por mais de uma semana, por duas vezes. Desde antes de começar a filmar, tenho uma relação muito próxima com Magal e Magali — já éramos amigos e seguimos sendo. Mas tive que ouvir, no fim do último dia de filmagens, que era pra eu ‘sumir por uma semana ou duas porque eles não aguentavam mais me ver’, conta Joana.
O longa tem de tudo um pouco, desde quando o cantor escolheu seu nome artístico na Itália, até a rejeição inicial da Rede Globo, que, logo depois, o transformou em convidado dos programas musicais, até o título do longa, tirado de uma das músicas mais famosas, que serviu de tema de abertura da novela “Rainha da Sucata”, em 1990 e que, de certa forma, brinca com uma característica especial de Magal, que costuma aceitar a maioria dos convites que recebe.
Além do documentário, Joana prepara um outro filme, desta vez, como produtora, ao lado de Diane Maia, da Mar Filmes, intitulado “Meu sangue ferve por você”, uma comédia romântica musical, adaptada na vida do cantor, dirigida por Paulo Machline, com José Loreto como Magal e Giovana Cordeiro como Magali. “A ficção é um recorte de três meses sobre como ele e Magali se conheceram, há 40 anos, em uma turnê que ele estava fazendo pela Bahia para lançar um disco. É uma história verdadeira, mas totalmente reescrita — como falamos, um ‘conto Magalesco’”.