Muitos cariocas — mais ainda, os apaixonados por vinhos, ou que tenham relação com o assunto — estão completamente de luto: morreu na manhã desse domingo (06/09), na Clínica São Lucas, em Copacabana, onde estava internado há duas semanas, Celio Alzer, de 78 anos, um dos maiores conhecedores de vinhos do País e professor da Associação Brasileira de Sommeliers desde a década de 80. O sommelier, que já tinha 10 stents, foi internado para um cateterismo. A cirurgia foi excelente, mas, no pós-operatório, surgiu a falta de ar. Foi feito exame para a Covid-19, que deu resultado positivo. Ele foi ficando debilitado até a partida definitiva.
Alzer estava dando os cursos online “Viagem pelo mundo dos vinhos”, organizado pela joalheira Karla Vilar: “É tanta dor, que nem consigo falar. Vou organizar uma missa pra ele, com quem tive a sorte de conviver”. A próxima turma teria começado dia 27 de agosto. De alunos a amigos, não há quem não tenha ficado arrasado com a partida de Celio Alzer.
“Celio era um amigo querido, praticamente um irmão! Profundo conhecedor, grande professor! Foi, sem dúvida, uma pessoa fundamental para o sucesso da ABS (fundada por mim em 1983), me acompanhou desde o começo, ainda em Copacabana. Escrevemos livros sobre vinhos, fizemos um programa na Radio Jornal do Brasil. Uma perda irreparável e luto nacional do vinho brasileiro!”, diz o chef Danio Braga, entre os seus melhores amigos.
Em 2018, quando lançou seu terceiro livro, “Feitos um para o outro — Os vinhos perfeitos para combinar com 1.304 pratos”, disse ao jornalista Vinícius Queiroz Galvão, de O Globo: “Uma razoável iniciação na harmonização pode ajudar o cara a ser mais feliz. Nunca pretendi sofisticar; não me interessa elitizar. Eu quero é vulgarizar, no sentido de tornar comum o vinho, como na Europa. Não sou radical, mas bagunça demais atrapalha. Vinho é para estar na minha mesa todo dia.” Célio Alzer deixa viúva Marta Storino, o filho, o editor Luiz André Alzer, e dois netos.