Você sabia que a cantora Simone poderia ter sido jogadora de basquete? Ela conta a história no filme “Mulheres à cesta”, de Silvia Spolidoro e Hellen Suque, finalizado na quarentena, a ser lançado no dia 16 de setembro, no site do longa, com ingressos a R$ 25, para tentar um retorno dos custos — foi bancado pelas próprias cineastas, já que no meio do caminho tinha uma pandemia. “Tive uma relação de amor com o basquete desde a primeira vez que acertei numa cesta. O vôlei teve ascensão, mas o basquete não está onde merece. O governo não incentiva. Eu tinha 12 anos e um 1,80m, e era tratada como Olivia Palito, me chamam de Belém-Brasília, comprida e mal acabada. Jogava futebol com os meninos. Eu era um menino. Sou mulher e sou homem, tenho tudo isso dentro de mim. Mas nunca fui submissa e sempre briguei pelo que queria”, diz a cantora.
O documentário conta a história das meninas no Mundial de 1971, em São Paulo, onde ganharam a medalha de bronze, entre elas, nomes como Maria Helena Cardoso, Elzinha, Odila, Delcy e Norminha — sobretudo fala daquelas que abriram caminho para as mulheres do esporte no Brasil.
Hortência e Magic Paula, da geração seguinte, que ganhou o ouro em 1994, também estão no longa. “Já avançamos bastante dentro de quadra, mas acho que fora dela ainda há um número muito pequeno de mulheres assumindo cargos importantes no comando de equipes. O grande legado da nossa geração foi mostrar que as mulheres podem fazer o que quiserem”, diz Paula.