Elsimar Coutinho, 90 anos, morreu nesta segunda (17/08), no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. O médico baiano foi diagnosticado com a Covid-19 e internado desde o dia 20 de julho, com quadro de insuficiência respiratória aguda, no Hospital Aliança, em Salvador, quando apresentou os primeiros sintomas da síndrome respiratória. Antes disso, mantinha sua agenda de trabalho normalmente. Dia 29 foi transferido para São Paulo, acompanhado pelo cardiologista Roberto Kalil.
Formado em Farmácia e depois em Medicina pela Universidade Federal da Bahia, fez pós-graduação em endocrinologia na Sorbonne, em Paris, e no Instituto Rockfeller, em Nova York, EUA. Nos anos 60, como professor e pesquisador da Faculdade de Medicina da UFBa, o médico observou, pela primeira vez, os benefícios da supressão da menstruação, vindo depois a criar o primeiro anticoncepcional injetável de uso prolongado, praticado no Brasil inteiro. O assunto correu o mundo.
Elsimar era pesquisador e lançou outros importantes métodos contraceptivos, além dos injetáveis, como pílulas para uso oral e vaginal e os implantes hormonais subcutâneos, aplicados no Brasil inteiro; no Rio, por exemplo, pelo obstetra e ginecologista Carlos Dale. Elsimar criou o Centro de Pesquisa e Reprodução Humana — CEPARH, referência em reprodução humana. Além dos clientes particulares, também atendia pessoas carentes, pela sua grande visão social. Seu nome é considerado no Brasil, respeitado em inúmeros países, mas, na Bahia, é sobretudo razão de orgulho – como um “ACM da Medicina”, digamos assim. O estado está de luto.