O mundo das artes está cheio de perguntas sobre o pós-pandemia. Para responder a alguma delas, o coreógrafo e diretor Anselmo Zolla criou o projeto “De dentro pra fora”, no seu canal no YouTube, conversando com artistas, técnicos, diretores, produtores e espectadores.
A atriz Christiane Torloni, por exemplo, acredita que “aconteceu na contramão do que se imaginava uma grande abertura de conhecimento. Nós estamos vendo uma geração inteira poder ter acesso a alguma coisa que não tinha. Daí virá também uma nova, linda e rica expressão de cultura, seja de artes plásticas, de artes cênicas, todas as artes. Muitos artistas vão melhorar. O mundo das artes nunca mais será o mesmo!”
O figurinista e ator Fause Haten opina: “A oportunidade de estar sentindo a respiração de um ator na minha frente cada vez vai ser mais importante e cada vez será mais valorizada. Mas os artistas começam a encontrar formas de se relacionar artisticamente com seu público através das mídias que a gente tem”.
O encenador Jorge Takla está convencido de que “estamos vivendo uma realidade muito violenta, que é um grande colapso – um colapso moral, ético, político, cultural, ambiental, econômico, e isso é muito difícil. Estamos vivendo num país onde o Presidente disse que um povo armado jamais será escravizado, e nós sabemos muito bem que um povo educado e culto jamais será escravizado.”
O diretor José Possi Neto acredita que “depois da pandemia, o teatro e as artes seguirão com o seu papel milenar que repensa, redimensiona, critica e indica novos caminhos pro homem e pra sociedade. Há emoção, catarses provocadas só diante do ritual da encenação”.
A atriz e bailarina Marilena Ansaldi prevê dias difíceis: “O Brasil, infelizmente, vive um retrocesso! A arte cada vez mais estará diluída, desaparecendo; não se sabe o que virá depois dessa doença. Será um novo mundo, um novo olhar. Todos os artistas deste país são grandes heróis!”