O Covid nos obriga a repensar. Não se trata apenas de atravessar a crise e melhorar tudo que já passamos. Trata-se de buscar um novo começo, novas formas de lidar com nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais. Estamos todos nesse caminho árduo, que não dá espaço para o individualismo, e as relações humanas encaram uma grande mudança. Podemos então dizer que são tempos de ressignificação.
A minha rotina no escritório, no Leblon, viagens semanais para reuniões, horários pra tudo já não fazem mais sentido; e o que antes parecia impossível, surpreende. Repensamos nossa dinâmica do dia a dia e deparamos com um formato mais eficiente e econômico. O home office e reuniões por vídeo tomaram espaço, e as mudanças que eram temporárias tornaram-se uma nova realidade que vai perdurar durante e pós-pandemia.
Mas sabemos que, com novos hábitos, aparecem também novos desafios, ainda mais quando não mudamos por escolha. O ambiente de trabalho em casa torna a disciplina um pouco mais fatigante, e a luta para manter a produtividade e a saúde mental aparece. Mantive a minha rotina de prática de esportes e treinos para ficar com a minha mente sã e conseguir continuar sendo minha melhor versão, mesmo com todos os problemas no mundo todo.
Dessa forma, reorganizei meus negócios de entretenimento, nichos que sentiram diretamente o impacto da pandemia, no melhor formato possível. Viemos de um processo de recuperação da economia que fez com que nossos projetos prosperassem bem, mas o momento de adaptação foi inevitável, e acredito que os negócios de sucesso vão ser aqueles mais eficientes, mesmo à distância.
Todos os empresários deveriam remodelar suas atividades. Nós estamos trabalhando dentro dessa nova dinâmica. São tempos para focarmos na produtividade de uma maneira diferente, deixando de priorizar a presença física dos funcionários e passando a dar atenção para a qualidade e produtividade através de processos bem definidos, cultura e digitalização. Portanto, nós sabemos que as adaptações da realidade não terão mais caráter provisório e acabaram impulsionando a criação de novas estratégias que vão continuar sendo utilizadas mesmo pós-pandemia.
Seja ou não o trabalho em home officie, quero lembrar que, nestes momentos de crise, as ações solidárias tornam-se importantes para dirimir os danos. É claro que o novo coronavírus trouxe impactos históricos e uma mudança definitiva no comportamento social. Somos todos frágeis e limitados, mas, com cooperação e solidariedade, vamos longe. Continuei apoiando alguns projetos, como a Aldeia das Crianças, Retiro dos Artistas, Move RIO, Observa RIO, Abrace RIO, dentre outras ações individuais de pessoas que estão ao meu redor. É hora de ajudar como pudermos.
Flávio Sarahyba é advogado, mas abandonou os livros de Direito e virou empresário na área de entretenimentos. Depois de passar pela plataforma jovem de comunicação NOO, financiada pelo Grupo Opportunity, resolveu investir em seus próprios negócios. Hoje atua na área de eventos, é sócio do Camarote N1 e da Festa do Circo. Esteve à frente da entrada do Grupo Alife, dono dos Bares Boa Praça e Tatu Bola, dos quais é sócio.
Foto: Bruno Ryfer