Sexta-feira (10/07), triste para muitos cariocas, mais ainda, para o meio ambiente, com a morte do jornalista, escritor e político (honesto) Alfredo Sirkis, de 69 anos, que dedicou grande parte da sua vida ao meio ambiente: foi um dos fundadores do Partido Verde. A notícia, dada pelo jornalista Sidney Rezende, a qual, em poucos minutos, espalhou-se pelas redes sociais, informava sobre o acidente de carro no Arco Metropolitano, na Baixada Fluminense, a caminho do sítio da família, em Vassouras.
A pedido, o biólogo Mário Moscatelli, comenta sobre o amigo:
“Trabalhei com o Sirkis algumas vezes, tive alguns arranca-rabos com ele normais, sempre na busca do melhor para o ambiente. Lembro-me de duas situações bastante tragicômicas envolvendo nossa relação. A primeira foi quando fui a Brasília, no governo Collor, durante as ameaças que eu recebia devido ao combate à degradação na Baía da Ilha Grande. Lá estava eu com o Sirkis, conversando sobre essa situação, com o então ministro do Meio Ambiente, quando ele me perguntou como se davam as ameaças. Respondi que eram por telefone; em seguida, ele me respondeu que quem ameaçava por telefone não matava ninguém — resposta que me deixou desconcertado. Quando tentei retrucar ao ministro que o buraco era mais embaixo, tomei uma solene topada por debaixo da mesa do Sirkis, que, com os olhos, me fez entender que, por ali, não iríamos arrumar nada — situação que hoje, diferentemente daquele tempo, eu considero bem engraçada. A segunda foi quando, por meio do gabinete do então vereador Sirkis, o movimento ambientalista alemão me tirou do Brasil em 1990, período em que eu estava marcado para ser executado, em função do combate que eu fazia contra a degradação da Baía da Ilha Grande. Lembro bem minha mãe chorando, despedindo-se de mim, e a Kombi do gabinete do Sirkis indo me levar para o aeroporto, evitando assim qualquer “acidente”.