O Instagram “Moda Racista” (a identidade do criador é secreta), que, desde o fim de março, faz sérias denúncias de racismo e assédio moral, atingindo nomes e marcas grandes, saiu do ar nesta segunda (15/06). Até então, o perfil estava com mais de 50 mil seguidores e já havia criticado a Riachuelo, que afastou Ralph Choate, responsável por todas as campanhas da marca, depois de uma denúncia anônima de racismo. Ele teria dito a seguinte frase sobre a inclusão no mundo da moda: “Daqui a pouco, vou ter que escalar anão com vitiligo”.
“Eles querem nos calar, mas não vão. Acabaram de derrubar o @modaracista. Estou indignada porque só estamos lutando contra o racismo na moda brasileira”, disse Drica Quintiliano, consultora e modelo baiana.
Mas o perfil não foi “derrubado”, e sim tirado do ar pelo próprio dono da conta. Segundo a revista “Veja”, Reinaldo Lourenço, um dos estilistas que foi acusado de racismo, ajuizou uma ação na 39ª Vara Cível de São Paulo, no dia 11 de junho, pedindo para o Instagram suspender o “Moda Racista”, mas a juíza Juliana Pitelli da Guia falou em censura ao negar o pedido de Lourenço. “Foram publicados relatos de pessoas supostamente vítimas dos alegados atos, que podem ou não se comprovar verdadeiros. Não se pode ignorar que o racismo é tema polêmico e há interesse social no debate. Ademais, o sistema jurídico disponibiliza aos autores o direito de resposta, por meio do qual, uma vez identificado o titular do perfil, poderão eventualmente comprovar serem inverídicas as alegações e buscar as indenizações cabíveis”, escreveu a juíza em seu despacho no dia 12 de junho.
No entanto, a Justiça deu 48 horas para o Facebook revelar a identidade do autor da conta e, se não cumprisse, ele pagaria multa de R$ 5 mil diários.