Entramos na quarta semana de confinamento, e a vida em slow-motion continua. Muito silêncio, apreensão e esperança nos acompanham no cotidiano, enquanto novas medidas de restrição foram adotadas pela Prefeitura de Paris, que, a partir desta quarta (08/04), proibiu corrida e ginástica nas ruas, principalmente nos espaços verdes da cidade, entre 10h e 19h, para evitar aglomerações, como aconteceu no fim de semana passado, quando o clima de primavera estava incrível. A polícia, que já estava na rua verificando os certificados de saídas, está também nas estradas, para impedir que os parisienses saiam de férias na Páscoa. Tudo é muito bem orquestrado e vigiado para evitar mais contaminação.
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A primeira-dama da França, Brigitte Macron, passa praticamente 24 horas ao telefone, para arrecadar fundos para a Fundação Hospital de Paris, da qual é presidente. Macron conseguiu mais de 10 mil refeições para os profissionais da Saúde que trabalham sem parar nos hospitais, além de mais de mil tablets para doar às casas de repouso para que os idosos possam falar com suas famílias. Além disso, ela também recebe doações de artistas e personalidades do futebol, ligando pessoalmente para cada doador a fim de agradecer.
Em 15 dias, o fundo emergencial criado pela Fundação já arrecadou 15 milhões de euros (mais ou menos R$ 90 milhões) para comprar respiradores, equipamentos de proteção individual, além de computadores para manter a comunicação com as famílias. “A mobilização da Fundação possibilitou responder às primeiras necessidades urgentes dos hospitais. Nossa missão é estar ao lado deles, com os cuidadores, em apoio aos doentes, em todo o território nacional. Estamos trabalhando sete dias por semana e iremos ainda mais longe, continuando a reunir e apoiar”, disse Macron. Na França, são 70.78 casos confirmados e 8.078 mortos, sendo 11.474 em Paris.
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Os gestos de solidariedade continuam em várias marcas que, impulsionadas pela Chanel e Hermès, decidiram apoiar seus funcionários, pagando integralmente seus salários durante a crise — tudo isso, acompanhado de doações significativas para o combate ao coronavírus. Com isso, ganhos e dividendos dos patrões de grandes grupos serão diminuídos em benefício das doações.
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A propósito, a solidariedade dos grupos franceses estende-se a outros países, a exemplo do grupo Kering, Gucci, Saint Laurent, Bottega Veneta, Balenciaga, Alexander McQueen, Brioni, Boucheron, Pomelato, que fez uma doação de 1 milhão de euros à americana CDC Foundation (Centers dor Disease Control and Prevention) para comprar equipamentos de proteção individual destinados às regiões mais afetadas pela crise, em particular Nova York, New Jersey, Califórnia e Flórida, assim como algumas regiões da América Latina. Bravo!
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O comércio muito afetado pela crise pediu ao governo um prolongamento das promoções e liquidação de verão das lojas da França, que inicialmente duravam um mês. Agora deve começar no dia 1º de junho e vai até 11 de agosto, numa tentativa de melhorar a economia.
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Um dos lados indesejáveis do confinamento são as crises conjugais, algumas tendo a violência como consequência. Como era de esperar, com o longo confinamento, as agressões domésticas aumentaram. A polícia, junto com os médicos que recebem mulheres com marcas pelo corpo, estão atentos e, depois de comprovada a violência, eles imediatamente levam o marido para um lugar longe da família — vários hotéis na cidade foram reservados para esse fim. Triste realidade.
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Uma das imagens mais interessantes do confinamento são os patos e os pássaros que invadiram as ruas e os parques. Sem a intervenção humana, estamos redescobrindo a diversidade de pássaros que habitam a cidade – um lindo contraste com o que estamos vivendo!
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