Alguns cariocas ficaram loucos com os bonecos do Tinho, o paulista Walter Nomura, um dos nomes mais conhecidos do grafite na América Latina (ao lado da dupla OsGemeos e Speto), que lançou o livro “Tinho” (Editora Galeria Movimento), com textos de Lais Santana, nessa quinta (06/02), na Travessa do Leblon.
Ali consta uma retrospectiva dos últimos 30 anos de grafites de lugares, como Tunísia, Holanda e Alemanha, além dos trabalhos do artista que estão na individual “Os 7 Mares”, em cartaz até o dia 16 de fevereiro, no Paço Imperial, no Centro.
Quanto ao Boneco de Pano, um dos ícones do trabalho do Tinho, tanto nos murais, quanto “fisicamente” — na mostra, são dois deles com 3 metros de altura cada um —, em bate-papo com a autora, Lais, ele relembrou, para quem não conhecia, a história: “Eu morava na região do Bom Retiro (SP), que é um polo de confecções de roupa, além das lojas de tecidos e acessórios. É uma área onde a galera despejava toneladas de retalhos nas ruas, e aí comecei a pegar o ‘lixo’ e transformá-lo em bonecos lúdicos e coloridos para chamar atenção e fazer críticas sociais: denunciar o trabalho escravo, retratar crianças desaparecidas, discutir sobre identidade (o boneco não tem gênero, nem cor, nem idade; pode ser o que você quiser)”, diz ele, que é representado, no Rio, pela Galeria Movimento, de Ricardo Kimaid.