O Rio virou uma “Mad Max” — com aquele cenário pós-apocalíptico em que a água é o maior tesouro — desde os relatos sobre a lama (poderia citar aí também o filme “Alien”) que sai das torneiras em vários bairros, há mais de 12 dias. Se ainda existem as garrafas disponíveis no comércio, o preço inflacionou. Nesta quinta (16/01), moradores de Copacabana compraram o “néctar” a R$ 4 e até R$ 6 a garrafa de 1,5 litros; o valor normal é de R$ 1,80, em média. Isso quando você acha para comprar. Caixa de famoso supermercado falou para a cliente: “Por que você não bebe champagne? Muito melhor, boba”!
Reproduzimos aqui alguns comentários da página “Copacabana Alerta”, que adoramos: “O que irrita é que estamos gastando dinheiro comprando água mineral, e vem esse salafrário do presidente da CEDAE (Hélio Cabral) rir da nossa cara, dizendo que ele bebe água da torneira da casa dele. Tem que beber da nossa casa”; “Quero ver a CEDAE nos ressarcir no que estamos gastando com água”.
Teve, ainda, gente pedindo o impeachment do governador Wilson Witzel, dizendo que é um “crime de responsabilidade! A população em risco e nada resolvido”; “Já imaginaram o preço da água nos restaurantes? Já que ninguém mais vai pedir a ‘água da casa’”?; “Se toma água, passa mal, se compra cerveja, tem o risco de morrer. Onde vamos parar?”; “50 dias oficiais de carnaval, e a água carioca contaminada. Pessoas adoecendo. Mercados de Copacabana com desabastecimento. Grandes filas apenas por água. Inflação potável e indigesta. Prevejo caos generalizado no carnaval, com mais de 40°. O mundo já assiste à chegada do sertão no Rio. Virou notícia internacional. Virou caso de polícia”.
E, no caso, não tem pra onde fugir: se quiser dar uma refrescada em outra água, a salgada, melhor pensar duas vezes, pois, segundo dados do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), diversas praias da cidade estão impróprias para o banho, principalmente na Zona Sul.