Os vendedores da Feira Hippie de Ipanema, que funciona na Praça General Osório, há mais de 50 anos, estão revoltados. Foi publicada, nesta quarta (29/01), no Diário Oficial, a suspensão das atividades no domingo de carnaval, alegando que o comércio nesse período “compromete a circulação de foliões, além do risco gerado pelas estruturas das barracas em um eventual momento de tumulto, passíveis de serem usadas como armas caso haja confusão”, diz o texto.
Não é a primeira vez: “A feira é tombada como Patrimônio Imaterial Cultural e isso aconteceu no ano passado, mas o carnaval sempre aconteceu e coexistiu com nossa feira”, justifica Ivan “Artesão” Jilek, um dos mais antigos dali, na página da Associação de Moradores de Ipanema (AMAI).
Carlos Monjardim, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Rio, explica: “O Metrô enviou um ofício alegando a impossibilidade de dispersão de grande público e teve o apoio das autoridades de Segurança (Estado). Por precaução, a Prefeitura teve que atender aos demais órgãos. Me explicaram que não é má vontade da Prefeitura, que vem sempre atendendo à AMAI. Mas no caso do carnaval, a situação está mais complicada”.
Enquanto isso, uma comissão responsável pela feira está em reunião, nesta quarta (29/01), com representantes da Prefeitura para tentar mudar a situação. “Caso a solução não seja favorável, vamos buscar outro caminho. Lembrando que, ano passado, o Metrô fez o mesmo e a comissão reverteu junto ao plantão judiciário a liberação para nossa feira! É um absurdo, mas vamos provar que sempre estivemos no carnaval e nunca houve transtorno! Somos artesãos artistas e dependemos do nosso domingo para trabalhar com nossa arte”, diz a artesã Vânia de Menezes.