“Eu sou a rainha da banana”, diz a artista plástica Patrizia D’Angello, que vai inaugurar a mostra “Jardim do Éden”, no sábado (14/12), na Galeria do Lago, no Museu da República, com curadoria de Isabel Sanson Portella. São 25 pinturas inspiradas nos banquetes realizados no Palácio do Catete, sede do Governo Federal entre 1896 e 1960, e que hoje abriga o Museu da República.
No meio de quadros de bolos, doces e frutas, está a banana, recorrente em seus trabalhos desde 2010, mas que virou notícia da feira de arte contemporânea Art Basel de Miami, nesse fim de semana, quando um visitante comeu a “intervenção artística”, chamada de “Comedian”, do italiano Maurizio Cattelan, vendida a um colecionador francês por US$120 mil (cerca de R$ 496 mil). “Depois desse episódio, resolvi fazer um quadro representando a banana e incluir na exposição, já que ela tem essa característica brasileira. Eu adoro o trabalho do Cattelan, que, assim como Damien Hirst ou Marcel Duchamp, fazem arte zombando, criticando o mercado de arte. É o artista mostrando o absurdo desse mundo com deboche”, explica D’Angello.
Ela também diz que fazer arte não é difícil, “o negócio são as políticas públicas, a perseguição à cultura, o fascismo, autoritarismo, mas não adianta, isso tudo só fortalece a arte porque é nesse período de crise que as pessoas ficam mais criativas. A arte é ‘incontível'”.