Feriado do Dia da Consciência Negra, e os cariocas lotaram a abertura da 3ª edição do “LER — Salão Carioca do Livro”, simultaneamente, na Biblioteca Parque Estadual e no Campo de Santana, nessa terça (20/11). A maioria dos encontros, mesas, debates e conversas do dia foram focados na representatividade da cultura afro-brasileira. No Café do Livro, a jornalista Flávia Oliveira, a historiadora Giovana Xavier e a fundadora do Instituto Identidades do Brasil, Luana Génot, conversaram sobre “Nossa voz, nossa vez”; no mesmo espaço, Haroldo Costa e Luiz Antonio Simas falaram sobre “Raiz, flor e fruto”; o novelista Walcyr Carrasco esteve no “Espaço Jovem Estácio” para falar da sua relação com Monteiro Lobato — o autor lançou adaptações da obra do escritor na Bienal, em agosto. Nos livros “Reinações de Narizinho” e “A reforma da natureza”, ele propõe um novo olhar sobre a história, substituindo palavras que hoje são consideradas racistas. “Eu tirei da história o que poderia ser algo racista, sim, porque, naquela época, todas as pessoas pensavam assim; então não adianta querer acusar Monteiro Lobato de racismo. Hoje está diferente, por isso, preferi adaptar para criança negra que escuta a história”, disse.
Além das mesas, inúmeros eventos paralelos aconteciam, como oficinas, saraus, contação de histórias, teatro, exposições e atividades multiculturais para todas as idades nos 30 palcos. Até este domingo (24/11), passam mais de 550 autores pelo evento, com estimativa de 120 mil visitantes.