Isso de comemorar aniversário um dia só é pra mim, você, pra geral, com Fernanda Montenegro a história é outra: há duas semanas, a atriz festeja a data, em meio a lançamento de livro, peça de teatro, além de um batidão de pré-estreias do longa “A vida invisível de Eurídice Gusmão”, de Karim Aïnouz, premiado em Cannes e candidato a representante no Oscar. Nessa segunda (21/10), teve sessão no Cine Odeon, na Cinelândia. Na sexta (19/10), a pré foi na 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Quando Fernanda saiu de um carro direto no tapete vermelho, o público que sempre cerca as grades reagiu com gritos e aplausos. Ela se juntou ao elenco e equipe: Karim, o produtor Rodrigo Teixeira, os artistas Carol Duarte, Júlia Stockler, Maria Manoela e Gregório Duvivier, além dos muitos convidados. E a atriz subiu ao palco e repetiu o discurso mais aplaudido dos últimos tempos: “Esse filme significa muita coisa, vocês vão ver. Sobretudo no momento atual. Ninguém vai nos destituir, nem o sistema, nem uma visão moralista, por isso estamos aqui hoje. Agradeço ao Karim, a esse elenco de ouro, por um conjunto de trabalho inspirado e integrado. Não é mágica, é ofício”. Depois alguns falaram e, por último, Teixeira, que puxou um parabéns para a atriz com o cinema inteiro.
Na entrada, os convidados recebiam um leque desses de papelão em que se lia “Eu sou a Fernandona no Oscar” e a hashtag do título, uma peça de divulgação que serviu para as selfies.
No filme, Eurídice (Carol Duarte, elogiada à exaustão) e Guida (Júlia Stockler) são irmãs inseparáveis que moram com os pais num lar conservador no Rio em meados do século 20. Ambas têm um sonho: Eurídice o de se tornar uma pianista profissional e Guida de viver uma grande história de amor. Mas elas acabam sendo separadas pelo pai e forçadas a viver distantes uma da outra. Sozinhas, elas lutam pelos seus destinos, mas nunca desistem do reencontro.