No lote marcado para quarta (16/10), no Espaço Ernani Arte e Cultura, do leilão do espólio da embaixatriz e estilista Glorinha Paranaguá, morta em agosto, entre obras de arte, mobiliário e objetos de decoração, está uma carta escrita de próprio punho pelo Presidente Juscelino Kubitschek ao casal Paulo Henrique e Glorinha Paranaguá — ele, diplomata. Eles moraram em diversos países, como Suécia, França, Argentina e Marrocos. Com lance no valor inicial de R$1.500, a correspondência traz o papel timbrado da Presidência da República com a assinatura de JK e a data de 1961.
Segue um trecho da carta: “Ao aproximar-se o término do meu mandato, venho manifestar-lhe, de modo especial, o meu reconhecimento pelo seu patriótico apoio à luta que travei para conduzir a pleno êxito a causa do desenvolvimento nacional. Sinto-me satisfeito em poder proclamar que, na Presidência da República, não faltei a um só dos compromissos que assumi como candidato. Em muitos setores, realizei além do que prometi, fazendo o Brasil avançar, pelo menos, cinquenta anos de progresso em cinco anos de governo. Pude ainda, através da operação Pan-Americana, despertar as esperanças e energias dos povos americanos para o objetivo comum do combate ao subdesenvolvimento. E todo esse esforço culminou no cumprimento da meta democrática, quando o nosso país apresentou ao mundo um admirável espetáculo de educação politica que me permite encerrar o mandato num clima de paz, de ordem, de prosperidade e de respeito a todas as prerrogativas constitucionais”. Um Brasil que estava dando certo!