Depois de lançar “Hamlet”, clássico de Shakespeare, num evento discreto no início do mês, o imortal Geraldo Carneiro faz o “oficial” nesta quarta (16/10), na Travessa do Leblon. Esse não vai ser discreto, nem corriqueiro: para ler trechos do livro, Carneiro convidou Martinho da Vila, Zélia Duncan, Paulo Ricardo, Maria Padilha, Ana Paula Pedro e Bruce Gomlevsky. Com texto de Millôr Fernandes na contracapa (escrito originalmente em 2004 para “Apresentações”, de Millôr), com quem dividiu a adaptação de “A Megera Domada” (1999) e a quem dedica essa edição, a tradução de Carneiro para Hamlet foi uma encomenda do ator e diretor Bruce Gomlevsky, que pretende encená-la ano que vem.
A primeira experiência de Geraldo com o dramaturgo inglês foi em 1982, quando traduziu “A Tempestade”. Entre 1985 e 2016, foram encenadas, integral ou parcialmente, traduções dele para “As you like it”, “Antonio e Cleopatra”, “Romeu e Julieta” e “Rei Lear”. “Cada geração há de traduzir ‘Hamlet’ de novo, conforme suas falas e suas preferências poéticas. A poesia de Shakespeare continuará a nos habitar”, diz Geraldo, que vê ainda muitos paralelos entre as obras do escritor com o Brasil de hoje.