Se você viveu o auge da juventude durante os anos 80 e 90, no Rio, pode-se dizer que foi uma pessoa feliz, mas, talvez, não tenha realizado isso à época, e, certamente, ligado ou não em moda, lembra-se do nome Yes, Brazil. A grife, que nasceu em 1979, completaria 40 anos, e recebeu sua merecida homenagem esta semana, no Hotel Fairmont, em Copacabana. Thomaz Azulay, filho de Simão Azulay, o criador da Yes, inspirou-se nas criações da grife do pai para o desfile da sua marca, a The Paradise, ao lado do marido, Patrick Doering.
The Paradise usou e abusou das estampas de araras, folhagens, tucanos, todo aquele clima tropical revolucionário que era a cara da Yes — tudo isso misturado aos grafismos new wave dos anos 80. Foi um espetáculo reviver aquela explosão de cores e referências de uma época em que não se tinha medo de ser feliz. Ousadia era o lema e coragem, o default (parâmetro) para estar conectado com a moda.
Thomaz Azulay soube, como ninguém, abusar desse universo tropical sexy da Yes, uma marca forte, original para a época, a preferida dos artistas — Xuxa foi lançada por Simão nas passarelas, aos 18 anos; quatro décadas depois, estava ela de volta, nervosíssima, para homenagear o amigo. Uma marca que, com certeza, nos ajudou muito a construir a identidade brasileira que conhecemos hoje.
Li, em algum lugar, que Simão acreditava que a roupa tinha energia, vida própria e dizia que carioca é “um estado de espírito”. Achei isso lindo e superpoético. Que maravilha ter vivido uma época com tanta liberdade criativa! Como dizia nossa eterna Fernanda Young, “só o bom gosto pode salvar este País”, se é que você me entende!