A filósofa Marcia Tiburi lançou, ao lado das professoras Elika Takimoto, Jurema Santos e Carilissa Dall’Alba, campanha nas redes sociais, pedindo sessões de “Bacurau” acessíveis para pessoas surdas, com legendas — o filme de Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho, vencedor no Festival de Cannes, alcançou 500 mil espectadores em quatro semanas, nas salas brasileiras. “Minha filha é surda desde pequena. Faz algumas semanas que ela vem me pedindo pra assistir ao filme, mas ela não escuta cinema, nem teatro, TV ou palestras. Precisa sempre de legendas. Prometi que só vou assistir depois que ela puder assistir”, postou Tiburi no Instagram, não coincidentemente no Dia Nacional dos Surdos, nesta quinta (26/09).
Elas criaram a campanha #CinemaParaSurdos com as frases “Você já viu Bacurau? Quem é surdo ainda não!”, “Tem gente querendo ver Bacurau, mas não consegue. Cadê as salas com legenda?” ou ainda “Bacurau já está nos cinemas, mas não para surdos!”. Elika, que tem surdez moderada e usa próteses há cinco anos, comenta sobre a dificuldade na acessibilidade: “Para o mundo se tornar mais acessível, temos que transpor algumas barreiras. Nem toda deficiência está ligada à locomoção”.