A China, uma das grandes parceiras comerciais do Brasil, exporta tudo, até cinema. Nessa quinta (26/09), teve sessão do filme “Diminuta” (2016), do diretor Bruno Saglia, parte da programação da Mostra de Cinema ChinaBrasil, no Espaço Itaú, em Botafogo. Carlos Vereza, um dos atores do longa, tendo como protagonistas Reynaldo Gianecchini e Deborah Evelyn (ausentes pela gravação de “A Dona do pedaço”), representou a produção, ao lado do produtor Paulo Medeiros, mas, em vez de falar sobre a trama, fez um apelo: “Temos que pedir ao governo para não fechar a Ancine e não acabar com a Lei Rouanet”, disse ele.
Como sabido, Vereza é um dos poucos artistas apoiadores do governo de Jair Bolsonaro, mas reprovou desde o início a intenção de o presidente extinguir a Ancine ou a transferir do Rio para Brasília. Fato é que, nessa mesma quarta (25/09), a Ancine atendeu a uma recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) e mudou a metodologia de análise da prestação de contas dos projetos, publicadas no Diário Oficial da União, em que passa a valer, em janeiro de 2020, a pasta para verificar integralmente as contas de todos os projetos que recebem recursos públicos, batizada de “Ancine + Simples” — desde 2015, era feita por amostragem, verificados apenas em parte os projetos aprovados e escolhidos por sorteio.
Criada por Arthur Chen, empresário chinês naturalizado brasileiro, com curadoria de Antonio Leal (diretor do CINEfoot) e do documentarista Hélio Pitanga, o evento, que vai até esta sexta (27/09), mostrou 12 longas, sete nacionais e cinco chineses, além de oficina de roteiro com Regiana Antonini e bate-papo com o roteirista Marcelo Saback.