O tratamento de canal é um dos procedimentos mais temidos pelos pacientes. Com a “má fama” de doer bastante e ter um pós-procedimento incômodo, é indicado, por exemplo, quando o dente sofre um trauma importante ou quando existe uma cárie significativa que danifica a polpa do dente. No entanto, a odontologia evoluiu muito, e o tratamento já é bastante diferente de como era feito no passado.
Conversamos com a dentista Teresa Chacur Miranda, mestre em Endodontia e doutora em Odontologia pela UFRJ, que nos apresenta algumas informações práticas.
O tratamento de canal dói?
Não! Com o uso da tecnologia de ponta e o surgimento de técnicas mais apuradas, o tratamento de canal se tornou totalmente indolor.
Um dente com canal tratado nunca mais vai doer?
Um dente com canal tratado perde a sensibilidade ao quente e ao frio, mas os tecidos que o circundam continuam vivos e podem vir a doer se esse dente ficar em trauma, ter uma doença periodontal avançada ou se recontaminar.
O tratamento de canal é para sempre?
Nada no corpo humano é “para sempre”. Muitas pessoas procuram o especialista para retratar os canais e não entendem o motivo dessa indicação. Queixam-se de dor apesar de o canal já estar tratado. Outra causa é não tratar todos os canais existentes dentro de cada dente. Seja por má técnica, desconhecimento, ou pela complexidade anatômica do caso, condutos da polpa do dente não são identificados e ficam abandonados naquele espaço, “guardando” bactérias que se acumulam em verdadeiros biofilmes microbianos.
Devo tratar o canal ou colocar um implante?
O implante só deve ser indicado quando não existe uma melhor solução para manter o dente na boca. Um profissional bem preparado e equipado executa tratamentos de canais com taxas de sucesso que chegam a 95%. Preservar o elemento dentário deve ser sempre a prioridade dos dentistas.
Que diferença faz o uso do microscópio óptico no tratamento de canal?
Faz toda a diferença, principalmente na taxa de sucesso, que aumenta significativamente. A magnificação e a qualidade da iluminação vindas do microscópio permitem uma melhor visão do interior dos canais e, consequentemente, uma limpeza, preparo e obturação muito mais eficientes. “Você só pode limpar o que você vê!”.