Desde que assumiu a direção artística do Marimbás, em Copacabana, em 2017, o artista plástico Carlos Vergara tem dado uma cara diferente ao clube, levando arte e humor — caso da mostra “Paulo e Chico Caruso & Aroeira — Quadro a quadro”, inaugurada nessa quinta (15/08), em comemoração aos 140 anos dos gêmeos cartunistas e 104 de profissão, tendo como convidado Aroeira. E como tudo que os move, o texto da mostra, escrito por Chico, tem sagacidade, inteligência, crítica, sensibilidade. “Devo minha entrada nesses seletos ambientes — do Marimbás e o humor — ao mestre Jaguar. Estamos fazendo um apanhado dessa arte que bate, mas tem apanhado tanto. O admirável mundo novo é mais digital que analógico, e os espaços vão diminuindo no mundo impresso”.
Amigos iam chegando, acostumados a fazer ou ler o Brasil pelas charges: Fernanda Montenegro, Jaguar, o imortal da ABL Geraldo Carneiro, Miguel Paiva com a mulher, Angela Vieira, Martinho da Vila, Mary e Zuenir Ventura.
Nas paredes, os personagens da situação atual do País, principalmente na política. “A realidade é muito mais caricatural do que somos capazes de pensar no atual momento em que estamos vivendo. O Aroeira pegou o lado mais histórico, com Tancredo (Neves), Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma, eu peguei mais o Bolsonaro mesmo e meu irmão (Paulo), um pouco disso tudo mais o Judiciário”, explica Chico.
Foram muitos os elogios: “Por mais que eu fale, não vou conseguir falar à altura do que eles representam. Os Carusos são amigos com quem tenho convívio há muitos anos, e é um prazer ver essas charges diariamente no jornal O Globo”, disse Fernanda Montenegro. “Fico impressionado como os dois conseguem ter essa criatividade diariamente”, falou Zuenir. A exposição é relâmpago; só fica até este domingo (18/08), dia em que vão fazer mais um show, com Aroeira no sax, Paulo nos teclados e violão e Chico nos vocais.