Na exposição “Nas asas da Panair”, que o Museu Histórico Nacional inaugura nesta quinta (11/07), João Gilberto será homenageado. Muito antes de sua morte (06/07), a curadora Mariza Soares escolheu “Samba do avião” na voz do cantor, como trilha sonora de uma stop motion (uma animação quadro-a-quadro) com cenas de aviões. A companhia — numa época em que viajar de avião ainda era um prazer — foi fechada em 1965, pela Ditadura Militar, sob a alegação, provadamente inverídica, de que a situação financeira da empresa era irrecuperável.
Seus antigos funcionários passaram a se reunir anualmente para manter a amizade, até que, em 2016, no cinquentenário dos encontros, decidiu-se criar uma coleção da “Família Panair” e doá-la ao MHN. Quase todos contribuíram com folhetos, medalhas comemorativas, uniformes, adereços, louça, maletas de mão, brindes, fotografias, fitas e CDs com entrevistas, outros tipos de documentos e pequenos luxos, como protetor de caneta tinteiro, guardanapo de linho e talher de prata dos “tempos da Panair”.
Alguns objetos foram adquiridos nos leilões de liquidação da empresa. “A Panair é o símbolo de uma época do Brasil quando a viagem de avião representava um ideal de vida moderna. O contato direto com as peças da coleção aproxima todos da história de modo sensível”, diz Paulo Knauss, diretor do MHN. Alguém sabe se João Gilberto viajava nas asas da Panair?