“Enfim, sós!” Essas foram as primeiras palavras de Maria Bethânia no primeiro de quatro shows intimistas, no clube Manouche, no Jardim Botânico, nessa quinta (04/07); as outras datas são 11, 18 e 25 de julho, com todos os ingressos esgotados. E continuou: “Sinto saudade de estar assim, pertinho de vocês. Eu adoro cantar em espaços grandes, onde as pessoas soltam a voz cantando ‘Negue’ a plenos pulmões – e até de costas pra mim… rss. Mas queria ter essa naturalidade da vida, dessa entrega, desse rodar de sentimentos. Cantei muito em casas como esta aqui, no Rio, nos anos 60”, disse ela.
E começou o espetáculo (nesse ambiente pequeno, quase dando para sentir o cheiro da artista) “Claros breus”, com uma plateia silenciosa na hora certa, o que é raro quando a maior parte é formada por pessoas conhecidas. Vieram muitas canções inéditas de Adriana Calcanhoto, Chico César,Roque Ferreira e Flávia Wenceslau, além de sucessos de Lenine, Suely Costa, Chico Buarque e Caetano, por exemplo. O cenário de Bia Lessa e as luzes têm tom escarlate, tudo bem combinado com o figurino espetacular da estilista Gilda Midani, namorada de Bethânia.
Enquanto todos elogiavam a artista baiana, numa espécie de concordância coletiva, ela elogiou o Manouche e os artistas maravilhosos que já passaram por aquele palco. Uma das surpresas do roteiro foi “Evidências”, de Chitãozinho e Xororó, com um arranjo novo, 20 anos depois da gravação de “É o amor” (Zezé Di Camargo, 1991) no álbum “A força que nunca seca”(1999), o povo ficou em êxtase! A estreia do show, em grande formato, vai ser em São Paulo, nos dias 02 e 03 de agosto, no Credicard Hall; depois vai a Portugal, em setembro, e retorna ao Brasil, para shows no Rio (04 e 05 de outubro), em Belo Horizonte (23/11), e Recife (30/11).