Sobre nota publicada aqui, no dia 11 de julho, do leilão do terreno onde fica hoje o 23º Batalhão da Polícia Militar (BPM), no Leblon, que pertence ao governo do Estado, e cujo projeto de Lei Complementar (nº 162/2016) prevê a construção de 15 prédios, com um total de 800 apartamentos, Evelyn Rosenzweig, presidente da Associação de Moradores e Amigos do Leblon (AmaLeblon), vai entrar com uma contraproposta ao governador Wilson Witzel e ao prefeito Marcelo Crivella, ainda este mês. Lá em 2012, o deputado Carlo Caiado (na época vereador), criou o projeto de lei 82/2012, que determina, em caso de desativação do Batalhão ou de parte do terreno da Bartolomeu Mitre, que o espaço seja usado para finalidades públicas, ou seja, escolas, hospitais, parques e equipamentos para os moradores e não com finalidades comerciais.
“Nesse novo projeto não são 15 prédios, são sete, portanto menos da metade dos 800 apartamentos citados. Um número maior de pessoas não adensam o bairro, e, sim, dá vida. Atualmente, o carro é muito menos utilizado, existe metrô, patinete, bicicleta, e o Leblon tem infraestrutura. As pessoas estão preocupadas com carro; tem que se preocupar é com conforto e segurança. Precisamos revitalizar aquela área toda, que está degradada”, diz Evelyn. Segundo ela, Caiado tombou o imóvel ilegalmente, “porque quem tomba é o Poder Executivo, e não o Legislativo. Está cantando de galo em terreno errado e fazendo um movimento que é mentiroso, politiqueiro. Está vendendo um peixe podre”, comenta. Até a edição da nota, não conseguimos contato com Carlo Caiado.
Evelyn também diz que não existem mais árvores centenárias e outras atrações, a não ser um “Batalhão caindo aos pedaços”, em péssimas condições para os policiais. “O governo vai leiloar o espaço de qualquer maneira, então que tenhamos diálogo, porque ali tem um potencial construtivo. Então seria viável construir sete prédios residenciais de 110 a 150 metros quadrados, com lojas no térreo, uma praça com mais de 5 mil metros quadrados, que seja adotada pelos edifícios para manutenção. já o Batalhão não vai ser demolido, mas transformado em Centro Cultural. Confio no meu taco, nunca dei uma bola fora no Leblon”, finaliza.
Em contrapartida, nesse domingo (14/07), o Fórum da Cidadania do Leblon, grupo formado por moradores do bairro, pegaram 890 assinaturas pela preservação da área, na Delfim Moreira, totalizando mais de seis mil — com as online — das 10 mil necessárias para enviar ao poder público contra a construção de qualquer prédio na área. Os participantes fizeram cartazes escritos à mão com frases como “Sim ao verde, não ao espigão”. O Governo do Estado que ainda não deu uma posição definitiva em relação ao espaço.