A noite dessa quinta-feira (27/06) foi especialmente alegre na Casa Roberto Marinho, durante a abertura da individual “Djanira: a memória de seu povo”. Sucesso no MASP, em São Paulo, a exposição monográfica sobre essa tão importante artista brasileira, Djanira da Motta e Silva (1914-1979), com curadoria de Rodrigo Moura e Isabella Rjeille (ambos do MASP): são 40 pinturas abrangendo quatro décadas da produção da artista. “Djanira possui um valor quase oculto nas últimas décadas. Um dos encantos de uma exposição é tornar presente, sem intermediações, obras criadas há longos anos. Íntegras e atemporais, as telas chegam novas aos olhos de hoje”, disse Lauro Cavalcanti, diretor da Casa Roberto Marinho, ressaltando que “a pintura moderna brasileira é um território pouco explorado pelas novas gerações”.
O público adorou e comentava-se a atualidade dos trabalhos da artista, que, já na década de 50, retratava questões de classe, raciais e dos povos indígenas. Também chamavam a atenção os autorretratos: a mostra apresenta três, além das telas em que supostamente Djanira se representa através de um alter ego, como é o caso do óleo sobre tela “Mulher olhando na janela” (1950). A artista paulista chegou a viver no Rio, em Santa Teresa, onde manteve a Pensão Mauá, onde hospedou grandes nomes do Modernismo brasileiro, como Emeric Marcier. Ali é sempre um ritmo mais tradicional; desta vez, a família Marinho estava representada por Gisela e João Roberto Marinho, que ficaram até o final, conversando animadamente.