Tirem as crianças da sala — Serguei chegou! Dono de uma irreverência digna de roqueiro raiz, daqueles que não existem mais, o cantor Sérgio Augusto Bustamante passou desta pra melhor, aos 85 anos, nesta sexta (07/06), depois de 11 dias internado por problemas cardíacos, na UTI do Hospital Zilda Arns, em Volta Redonda. Sem freio, ele dizia tudo o que vinha à cabeça, atitude rara para este mundo.
A coluna reuniu algumas frases inesquecíveis do artista, confira:
“Para me manter jovem, eu como muita gente. Fui o primeiro brasileiro a assumir a bissexualidade. Minha última transa aconteceu há uma semana. Não sou viado, mas foi com um homem. Mas não é um namoradinho. Não gosto de homem atrás de mim.”
“Uma vez, um fã me disse que os grande ídolos do rock morrem com 27 anos. Eu vou morrer com 127 anos. Aí, sim, me despeço.”
“Tem gente que está pedindo a volta da ditadura. Malucos sempre existirão. Tem gente que gosta de comer cocô também. Normal.”
“Sou muito vaidoso. Da maquiagem, cuido pessoalmente. Sempre passo talquinho básico. E, diariamente, esparramo óleo no meu corpinho dionisíaco.”
“A minha alma é de puta. Sou ‘pansexual’. Vivo com o espírito nu. Sempre gosto de estar pelado. Tive milhares de amantes. Minha virilidade é de um homem de 30 anos. Sem sexo, fico nervoso. Recentemente, numa tarde de verão, aconteceu um episódio fascinante: andava pelo mato, quando vi um cajueiro lindíssimo. Encostei na árvore e comecei a fazer amor. Gozei enlouquecidamente. Minha vida é assim. Adoro beijar na boca”.
“Antes do sexo, é importante ter uma ereção”.
“Colocaram uma vez um cigarro de maconha na minha boca e eu perguntei se aquilo de aspirar e soltar ia para o meu pulmão. Pô, não ia querer acabar com a minha saúde. Meu amor, sou muito vaidoso para acabar com minha máquina. Meu espírito está ótimo, minha máquina tem que estar também. Já era muito doido, já pensava muita coisa. Vê lá se precisaria de mais alguma coisa”.
(Sobre a cantora Janis Joplin, com quem teve um caso em 1969) “Foi no festival do Parque em Long Island, EUA. Meu amigo Laudir de Oliveira, percussionista da banda Chicago, vinha pela estrada com uma cigana muito louca. Era ela. No dia seguinte, ela foi ver o show da minha banda. Ficamos juntos e fizemos muito sexo. Fomos para a Califórnia e ela me apresentou para várias estrelas: Jim Morrison, Jimi Hendrix, Kris Kristofferson… Nosso caso de amor se transformou em lenda e terminou no Rio de Janeiro.”
“Meus ídolos são Mick Jagger e Diogo Nogueira. Ele tem a voz do pai. Ele vira a minha cabeça, que loucura, ele tem uma pegada que ninguém tem.”
(Sobre sua casa em Saquarema, onde vivia desde os anos 70) “Tem de olhar as pessoas nos olhos. Um aperto de mão, um olhar, uma frase, um sorriso e pronto, as pessoas estão se amando. Eu não entendo nada do que está acontecendo, então fico aqui dentro do Templo do Rock. Aqui eu ainda vivo em 1964.”
“Tenho personalidade forte. Por isso, as pessoas pensam que sou muito louco. Na verdade, sou apenas um desvairado que nunca usou qualquer tipo de droga. Maconha é um negócio que estraga a garganta. E preciso estar com minha voz impecável. Cocaína é nojenta. Detesto vodca, gim e destilados. O que curto, às vezes, é uma cervejinha.”
“Tranço o meu cabelo para não ter que usar peruca, meus olhos azuis estão sempre pintados e uso uma maquiagem leve só para dar uma cor. O segredo é o pó translúcido. Pó translúcido é tudo na pele.”