A produtora e diretora Renata Paschoal trabalhou mais de 15 anos com Domingos de Oliveira – ator, escritor e diretor morto no último dia 23 de março, aos 82 anos. Por conhecê-lo, portanto, profundamente, “psicografou” – como ela diz, dando o tom “dominguiano” ao evento – uma carta-convite para um “Sarau de Sétimo Dia”, nesta sexta-feira (29/03), no Teatro Gláucio Gill, em Copacabana. “Se você gosta do Domingos e da sua arte, venha comemorar. Esses rituais são uma ótima maneira de se despedir de quem era importante em nossa vida, demonstrando todo o nosso amor e carinho”, diz o texto de Renata, que se mistura com escritos como se fosse Domingos dando o recado psicografado: “Beber, dançar e abraçar quem se ama. Aproveitem e deem muitos abraços na Pri (Priscilla Rozembaum, viúva de Domingos), na Mariana (uma das filhas) e nos meus amigos por mim.”
Começa às 19h, com o curta “Juventude”, seguido “da leitura de alguns dos contos inéditos que eu estava escrevendo nestes últimos tempos. Os tempos não estavam fáceis, mas há que endurecer sem perder a loucura, já disse Silvio, meu personagem no filme ‘BR716’. Se não viu, veja – é ótimo! Espero que Priscilla publique, faça uma peça, um filme… É uma ordem, hein, Priscilla”, brinca Renata no texto, chamado de “convite anárquico”. Laura Pessanha, cantora, compositora e neta do cineasta, também se apresentará; e termina um sarau-cabaré para quem quiser usar o palco.
Os convidados devem levar instrumentos musicais, poesias e histórias com Domingos. “Continuem falando de mim. Comemoremos a vida”. O ponto de encontro depois do evento é o restaurante Fiorentina, no Leme. “A comida não é lá essas coisas, mas os garçons são umas gracinhas”. E olhe as observações no fim do convite: “Ficarei muito feliz com a presença de Woody Allen, Julia Roberts e Lady Gaga. Não se preocupem em chamar Orson Welles e Truffaut; eles estão ao meu lado, jogando xadrez; Pri, Mari e Renata, deixei muita coisa para terminarem. Terminem. Não vá de carro, o teatro é ao lado do metrô, a cidade anda um perigo, tem Lei Seca para todos os lados, e queremos sair de lá tontos. Se não for de uísque, será de arte, com certeza.”