Os flashes para Wagner Moura, na entrada do tapete vermelho do Festival de Berlim, nesta sexta-feira (15/02), poderiam ser comparados a quem? Foram muitos. Ele está na Alemanha, para o lançamento de “Marighella”, cinebiografia do guerrilheiro político e poeta baiano, símbolo da resistência contra a ditadura militar (1964-1985), que recebeu muitos aplausos no dia anterior, em sessão para 800 convidados.
Nesta manhã, o diretor estreante falou à imprensa e disse estar preparado para as críticas. “Vamos ouvir muita merda, mas temos coragem para enfrentar”. E também comparou a morte de Marighella à da vereadora Marielle Franco. No início da noite, ao lado de Bruno Gagliasso, Seu Jorge, protagonista da trama, e de Maria Marighella, neta do militante, Moura exibiu uma placa com o nome de Marielle. “O Estado brasileiro é racista. Marighella, um homem negro, foi morto dentro de um carro pelo Estado. Cinquenta anos depois, uma mulher negra ligada à esquerda foi morta dentro de um carro por agentes do Estado. A violência estatal contra os revolucionários dos anos 1960 é a mesma que está sendo feita nas favelas, contra negros.”