Nelson Sargento é mangueirense de coração, mas não esquece suas raízes. Nessa quinta-feira (27/12), o sambista de 94 anos era um dos mais animados na posse do compositor Djalma Sabiá como presidente de honra do Salgueiro, único fundador vivo da agremiação, em evento de bambas – Aluizio Machado, Rubem Confete, Adelzon Alves e Haroldo Costa – na quadra da escola, na Tijuca. Antes de se mudar para a Mangueira, Nelson morou no Morro do Salgueiro, até seus 13, 14 anos. “É muito importante o que estamos vivendo, que os sambistas mais jovens possam saber quem é Djalma, quem somos nós e ter contato conosco. Estou muito orgulhoso de poder estar aqui e celebrar com meu amigo essa honra”, disse Sargento, o presidente de honra da verde e rosa.
Todos contaram alguma história relacionada ao homenageado numa grande mesa. A festa se estendeu para a Rua Silva Teles, onde foi armado o primeiro ensaio de rua da vermelha e branca – os puxadores Emerson Dias e Quinho cantaram “Chico Rei”, samba-enredo do carnaval de 1964, de autoria de Djalma. A propósito, Nelson, que tem um projeto em que reúne os “griôs” (contadores de histórias) do samba e da cultura brasileira, convidou Djalma para ser um deles no próximo ano. “Nunca conseguimos estar juntos pela correria cotidiana, mas a vida só é ruim pra quem não sabe esperar! Os griôs, juntos, são mais fortes”, disse Nelson.