Quando um pé-direito (altura de um teto) é grande o suficiente para um ambiente ficar frio, usar um outro material pode transformar essa sensação. Acho teto alto maravilhoso, e tirar essa impressão nem sempre é necessário; quanto mais alto um teto, mais fresco e agradável fica o ambiente. Essa possibilidade, na arquitetura contemporânea, é um privilégio para o projeto! Forrar um teto de madeira está muito mais associado a um lado estético do que prático. A madeira sempre aquece, além de refratar o calor também. Portanto, o uso da madeira não está associado apenas à sensação de diminuir o teto nem de aquecer o ambiente. A madeira refresca e pode até aumentar a sensação de continuidade. Em grandes espaços, mesmo com pés-direitos não tão altos, a madeira no teto aumenta o ambiente, unificando todo o espaço com um único material de forração.
A madeira tem tanto valor na arquitetura que, muitas vezes, os projetos ficam repetitivos. Nós, arquitetos, amamos madeira e temos sempre a preocupação de utilizá-la da melhor e mais consciente procedência e forma. Os locais para seu uso não variam muito no conteúdo do volume arquitetônico, por isso a preocupação em utilizar de forma criativa. Para o teto, existem inúmeras e lindas maneiras para essa forração; particularmente, prefiro as mais simples, pois a medeira já é um material tão especial que, quanto mais puro e sem muito tratamento, mais bonito. Madeiras secas sem brilho, quase serradas, são as mais elegantes, e a mistura entre a arquitetura moderna e esse material natural é um contraste elegante e que suaviza o aspecto duro e reto da contemporaneidade.
O velho e conhecido teto de lambri, que foi muito usado em casas simples de anos atrás, hoje volta com charme reeditado — como o mundo é redondo, e tudo que se faz volta … O mesmo acontece na arte, na arquitetura, na cultura etc. É a eterna correspondência entre nossa inspiração, nossa sensibilidade à vida e à natureza.