O depoimento da cantora, compositora e instrumentista Joyce Moreno lotou o auditório do Museu da Imagem e do Som, na tarde desta quarta-feira (28/03), na Praça XV, para a gravação do projeto “Depoimentos para a Posteridade do MIS”. Na mesa, o papo rolou descontraído com a participação dos músicos Alfredo Del-Penho, Mario Adnet, da cantora Zélia Duncan e do pesquisador Mauricio Gouvêa, mediados pelo jornalista João Pimentel.
Entre os assuntos, Joyce comentou sobre a linguagem feminina, muito presente em suas composições: “Foi o Vinicius de Moraes quem me chamou de feminista pela primeira vez. Nem eu sabia o que era isso de fato. Pra mim a música é unissex, digo, a melodia. Mas a letra já é o nosso ponto de vista. Meu primeiro disco, em 1968, já era muito autoral. Tinha apenas 19 anos, não queria me casar, nem mudar minha vida. Sempre fui meio ‘tomboy’ (garotas com características e comportamentos considerados tipicamente masculinos)”, disse ela – mas, vejam só, contrariando suas crenças, Joyce está casada há 40 anos com o baterista Tutty Moreno.
Recentemente a cantora completou 70 anos, sendo 50 de carreira, e, entre as comemorações, a regravação de “Joyce”, seu primeiro álbum, a reedição do livro “Fotografei você na minha Rolleiflex”, de 1997, sobre histórias da MPB, e o show com Alfredo Del-Penho, interpretando Sidney Miller, vai sair em CD.