Pela primeira vez, vida e obra do poeta piauiense Torquato Neto (1944-1972) – um dos pensadores e letristas mais ativos da Tropicália – chega às telas dos cinemas no documentário “Torquato Neto – Todas as horas do fim”, dirigido por Eduardo Ades e Marcus Fernando, cuja pré-estreia aconteceu nessa quarta-feira (07/03), no espaço Net Botafogo. Torquato começou na música, na década de 60, compondo em parceria com Edu Lobo, Caetano Veloso e Gilberto Gil, embora seja pouco lembrado pelo grande público. Ele se suicidou depois do seu aniversário de 28 anos, em 1972, no Rio. O artista viveu pouco, mas teve trajetória intensa, tanto profissional quanto emocional.
No filme, 26 textos de autoria de Torquato interpretados por Jesuíta Barbosa, escolhidos a dedo pelos diretores – depois da sessão, o ator foi elogiadíssimo. “A gente acompanha o Jesuíta há algum tempo. Ele é nordestino como o Torquato e tem uma idade próxima da que ele morreu. E também precisávamos de versatilidade e recursos dramáticos, já que algumas leituras são mais agressivas, outras mais coloquiais, e ele nos sugeria algo que a gente nem sabia que estava procurando”, disseram Ades e Fernando. Além dos textos, o filme mostra uma entrevista em áudio do poeta, depoimentos de Gil, Caetano e Tom Zé, e 19 músicas de Torquato interpretadas por nomes, como Elis Regina, Edu Lobo, Gil e Caetano, incluindo seus maiores sucessos, “Pra Dizer Adeus”, “Geleia Geral”, “Mamãe, Coragem” e “Let’s Play That”.