Foi um pouco diferente do habitual a cerimônia de posse da cadeira número 27 da Academia Brasileira de Letras (ABL), nessa sexta-feira (16/03). O poeta, compositor e filósofo Antonio Cicero chegou com seu fardão imponente acompanhado do marido, o figurinista Marcelo Pies – o que nunca havia acontecido antes na história da academia -, e a comemoração, que geralmente acaba pouco depois do coquetel, foi até às duas da manhã. Marco Lucchesi, presidente da ABL, comentou sobre o novo integrante, que sucedeu o professor e ensaísta Eduardo Portella, morto em 3 de maio de 2017. “Ter Antônio conosco é um sinal de que a academia está ligada com o tempo presente, conversa com o passado e olha para o futuro. Ele vai contribuir muito aqui trazendo esse frescor e também esse elo com a música popular brasileira”, disse Marco sobre o segundo poeta e compositor a ser eleito pela academia, depois de Geraldo Carneiro.
Por falar em MPB, Caetano Veloso, acompanhado da mulher, Paula Lavigne, foi um dos primeiros a chegar e, muito citado pelo presidente no discurso, alguns chegaram a comentar sobre a hipótese de tê-lo por ali quando a próxima cadeira vagar. O evento começou pontualmente às 21h e teve 1h30 de duração, com formalidades, discursos e muitas palmas – na plateia, Martinho da Vila, Fernanda Montenegro, Marina Lima (irmã do agora imortal), a atriz Maria Padilha, Omar e Caleb Salomão, filhos do poeta Waly, muito amigo e parceiro de Cícero, entre outros. Logo depois, coquetel para os “obas e olás”. Os imortais mais antigos foram pra casa lodo depois dos cumprimentos, mas uma turma grande continuou animadíssima, dando gargalhadas, falando sobre a cerimônia, contando “causos” e até recitando alguns poemas. Exausto, Antônio comunicou sua partida às 2h e foi aplaudido até sair do prédio.