A Rua Humberto de Campos, no Leblon, tá virando a nova Dias Ferreira. Até que enfim, poderemos variar de locação, e, se o nosso querido novelista Manoel Carlos explorar a promissora rua em sua próxima novela global, aí mesmo é que ela vai bombar.
O primeiro boteco japonês, seguramente, surgiu no Japão, há milênios – literalmente. Tempos depois, inspirados por essa rica cultura, o gênio Ferran Adrià e o também chef de cozinha Albert Raurich abriram o Dospalillos, em Barcelona (sou absolutamente louca por esse restaurante). Depois, tantos mais foram surgindo no mundo inteiro – nós agradecemos.
O nome Pabu Izakaya não é por acaso. Izakaya é, como os orientais daquele lado do mundo chamam, os “gastopubs” (pabu). Por curiosidade, Izakaya significa “ficar no saquê shop”. À época, a bebida majoritariamente consumida era o saquê – filtrados, não filtrados, doces, secos, dentre outros. Entretanto, com o sucesso atual dos whiskies japoneses, eu faria uma degustação. Juro que a ressaca, quando há, é minima.
A iniciativa é dos chefs Erik Nako e Cristiano Lanna, além de Eduardo Preciado do Minimok (um dos meus preferidos do Rio quando o Ohata ainda estava por lá – preciso voltar para conferir) e o chef Luiz Santos. O cardápio do Izakaya surpreende por não ter se deixado contaminar pela ocidentalização equivocada de alguns estabelecimentos, que se autodenominam restaurantes japoneses. Peixes menos triviais – buri, serra, piraúna, por exemplo – são cuidadosamente preparados, além dos clássicos atum e salmão. O porco à milanesa poderia teletransportar você a qualquer restaurante especializado em Tonkatsu, no Japão. A barriga de porco, também sugiro não deixar passar. Se você, como eu, é da turma dos sashimis, são 15 cortes de 5 variedades. Dupla de gunkan de atum com gema de codorna e sal de matcha, temaki de enguia, Usuzukuris (robalo e buri) – sou fã, gyozas, Ramen (massa fresca feita na casa), etc, etc, etc!
A carta de saquês é incapaz de deixar alguém com sede (apesar de eu ficar sedenta só de pensar). Whiskies, cervejas artesanais e drinks – confesso que não são meus prediletos, mas destaco o Osaka negroni com Shochu (destilado japonês), shoyu, além dos demais ingredientes.
O arquiteto Ricardo Guimarães acertou em cheio, ambiente agradabilíssimo com um balcão em forma de “U” que possibilita a experiência de acompanhar o belo preparo de pertinho. Outro detalhe observado: o cuidado na escolha da cerâmica onde são servidos os pratos é admirável.
E o final feliz? Tradição com sotaque nipônico: mousse de chocolate com gengibre e Shochu, pudim de Matchá, crumble e morangos! Em português bem claro, “Afe Maria”!
DROPS INFORMATIVOS
Pabu Izakaya
Rua Humberto de Campos, n. 827, Leblon, Rio de Janeiro.
Tel.: 3738-0416