Meu casamento foi uma estrada turbulenta, como disse uma amiga, cheia de crises de todos os tipos, intercalada por buracos de vazio, momentos de plenitude e várias mortes internas e externas.
Conhecer o ritmo do universo é importante. Saber que tudo é regulado pelo movimento de expansão e contração nos ajuda a dançar com o ritmo da vida inspirando uma nova onda de amor após cada expiração.
Erros? Muitos. De todos os tipos; afinal, estamos aqui para aprender, e o erro é a grande escada da sabedoria. Para isso, é preciso estarmos atentos para a morte e o renascimento que acontecem com o ritmo da respiração.
Casei várias vezes com inúmeros homens, e, olhando as fotos nos álbuns da vida, percebo as diferenças entre eles… Nem uma só célula sobreviveu no que chamamos “meu corpo”; apenas o CPF e o RG continuaram os mesmos. O mesmo vejo em mim, olhando os retratos das inúmeras mulheres mortas durante esses anos, que usaram o meu RG. Uma vida cheia lembranças de fantasmas…
Hoje, depois de cinquenta e tantos anos de convivência, congratulo-me pelas catarses (verdadeiros “barracos”) nos momentos difíceis, que permitiram virar nossas páginas sem mágoas, pela compreensão que ajudou a permanecer com o pé firme na estrada que atravessa todas as emoções que um ser humano é capaz de sentir; os laços de cumplicidade que nos mantiveram amarrados, e hoje nos fazem rir dos tropeções, para finalmente atingir o amor… O amor que nos permite enxergar um ao outro muito além do corpo. E amar…
Se posso me atrever a dar um conselho àqueles que desistiram, ou estão prestes a desistir de uma relação, é: REPENSEM. E mais uma vez, repensem, lembrando que cada expiração é seguida pela inspiração cheia de transformações, de esperança, de vida, mais uma vez…