Fiat lux. Assim começou o mundo. E aí veio a sombra, a tristeza, o lado obscuro, aquilo que se esconde. E a Arte é isso: tirar da sombra o que não se vê. E o Teatro tem diferentes manifestações para cumprir esse papel, entre elas manipulação de figuras como fantoches e teatro de sombras. O Teatro de Sombras de Ofélia, melhor espetáculo de 2016, apresenta toda essa magia.
Baseado no conto alemão homônimo escrito por Michael Ende (mesmo autor de “A história sem fim”), adaptado e dirigido por Jonas Klabin e produzido em parceria com Bianca De Felippes, conta o que uma senhora, que queria ser atriz e não consegue ser mais do que ponto, sente , sonha e pensa no dia em que o teatro que trabalhava fecha. Assim, o espetáculo tem tudo que é teatro: sombra, fantoche, luz, projeção. Música, canções e atores. Ah, os atores Rafaela Amado (também diretora assistente), Carolina Garcia, Frederico Cavaliere, Grasiela Müller, Maria Clara Valle,Pedro Gracindo e Zé Azul são perfeitos para nos levar a pura emoção.
A cidade onde se passa a vida de Ofélia é um misto de várias cidades, retratando um universo noir, com características de um realismo fantástico. O colorido contrapondo o preto e branco. Cada sombra está relacionada a uma parte do corpo da personagem central. No final, todas as sombras reunidas formam o desenho do corpo dela.”, diz Bia Junqueira, diretora de arte da peça.
A coragem da produtora Bianca De Felippes em montar um espetáculo absolutamente completo. Cenário que muda, enorme telas, música composta especialmente são a tela em que se desenham aquilo pelo qual saímos de casa e pagamos: atores talentosos, música linda, referencias a outros textos. E mais do que isso, entendermos que a vida sai das sombras com nossa vontade, nossos sonhos e nossos desejos.
Serviço:
Sábados às 21 h
Domingo às 20 h