O engenheiro Carlos Pinto, morador do apartamento 1902 do prédio da rua General Olympio Mourão Filho, em São Conrado, onde houve uma explosão na manhã desta segunda-feira (18/05), teve a sorte de se mudar, há uma semana, do apartamento de número 1101, exatamente acima desse onde aconteceu o acidente. Tanto o apartamento do 11º andar quanto o imediatamente abaixo, o de número 901, que também estava vago, foram bastante danificados com a explosão. Carlos comprou e está morando, há sete dias, no apartamento 1902 do mesmo prédio.
“Já estava acordado quando a explosão aconteceu, às 5h50m, e senti tudo balançando. Corri para a janela, senti cheiro de queimado e falei para minha mulher sair logo do banho. Acordei o meu cachorro, um buldogue inglês, e fui avisando de apartamento em apartamento para as pessoas saírem, porque sei que o brasileiro não tem essa cultura da segurança”. Ele continua: “Quando cheguei no 11º andar nem reconheci que era o apartamento onde eu tinha morado. Tinha um buraco no chão e estava sem janelas. Estava sem piso, dava para ver o andar debaixo”, conta. Ao chegar no quinto andar, o engenheiro encontrou uma senhora no corredor, que disse que não podia ir embora porque o pai era cadeirante. Ele e mais outro vizinho pegaram o senhor no colo e o levaram até o térreo. “Ainda cometi a imprudência, reconheço, de ir até o estacionamento pegar meu carro”, assume.
A Defesa Civil começou a fazer uma segunda vistoria, por volta de meio-dia, e os bombeiros estão retirando os escombros do 11º, do 10º e do 9º andares que caíram sobre o 8º, sobrecarregando a laje desse andar.
“O prédio é da década de 70/80, tem uma estrutura forte, que não se abalou, e estava com a autovistoria em dia”, acrescenta o morador. A Prefeitura instalou um centro de crise que está dando assistência aos moradores, inclusive com alimentação. Eduardo Paes, aliás, chegou em 15 minutos ao local, com sua equipe. Foi dito que ainda nesta segunda os moradores vão poder retornar a seus apartamentos, para retirarem roupas.