O criminalista Técio Lins e Silva (um dos maiores nomes na advocacia brasileira) vai interpretar, nesta terça-feira (21/04), seu terceiro papel como ator. Técio, que já fez no projeto “Teatro na Justiça”, do TJ, o famoso advogado americano Clarence Darrow – ele ficou conhecido por fazer defesas polêmicas como a de um professor que ensinou o evolucionismo em sala de aula, indo contra a ideia bíblica da origem do homem – e também foi advogado em “O caso Alma”, de Terence Rattigan, vai defender o alferes Joaquim José da Silva Xavier, em peça no salão do tribunal do júri, no Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro.
Desta vez, na data em que se comemoram os 223 anos da morte do personagem mineiro, Tiradentes não vai ser condenado. Nesta versão de 2015, ele é absolvido e escapa da forca para provocar uma reflexão sobre os dias atuais. Na época, temas como dominação estrangeira, liberdade de expressão e abuso fiscal estavam em pauta, como atualmente. Uma das principais causas da condenação do alferes foi sua luta contra o aumento dos tributos, uma imposição da Coroa Portuguesa ao Brasil.
Técio, que começou a carreira acompanhando o seu pai, Raul Lins e Silva, em visitas a cárceres e a auditorias militares e aos tribunais, defendendo presos políticos, acha que os perseguidos políticos durante a ditadura têm uma história parecida com a do herói nacional.
No elenco também vão estar outros profissionais do direito: o desembargador Cláudio dell’Orto vai ser o juiz da peça; o advogado Jorge Vacite Filho, o promotor; também participam as desembargadoras Cristina Gaulia e Ana Maria Oliveira.
Ao final do espetáculo, às 16h, Tiradentes vai sair em cortejo passando pelo Palácio Tiradentes, sede da Alerj, e segue até a Praça Tiradentes. Quem vai animar o povo é a bateria do Bloco das Carmelitas. O evento está incluído nas comemorações do Comitê Rio450 anos.