Nélida Piñon vai ser a homenageada da abertura, nesta segunda-feira (09/03), da exposição de fotos “Adeuses”, do fotógrafo corunhês Alberto Marti, no Instituto Cervantes, em Botafogo. A mostra retrata a emigração na Galícia na década de 50 e 60 em direção à América.
Do assunto a acadêmica entende racional e sentimentalmente: seu pai era espanhol e a escritora teve quatro avós galegos. “A despedida é um tema essencial à alma galega”, conta Nélida. “A Galícia passou por quase um século de emigração e na maioria das vezes a partida era um adeus duradouro, que poderia significar 30 anos, isso num mundo que não era tão globalizado como o de hoje”. A ex-presidente da Academia Brasileira de Letras se acha herdeira desse sentimento, descrito no seu romance “A República dos Sonhos”, que completa 30 anos em 2015 e vai ter edições especiais em Portugal, na Espanha e também no Brasil.
Além desse compromisso, Nélida está com a agenda cheíssima: nesta quinta-feira (12/03) ela assume a cátedra José Bonifácio, na USP, criada para estimular a divulgação de conhecimento sobre a Ibero-América. “Tenho que apresentar já um programa de todos os seminários que farei até 2016”, explica. Depois, embarca para a Europa, participar de um congresso de hispanistas e do Salão do Livro em Paris.