Ana Beatriz Barros, que já foi capa de mais de 200 importantes revistas no mundo – entre Vogue, Cosmopolitan, Harpers Bazaar, Vanity Fair e Elle (só da Elle foram oito capas, para a edição brasileira, espanhola, portuguesa, belga, russa, turca, coreana e norueguesa) – soma mais uma a seu currículo, este mês, com a da edição de março da GQ nacional. A mineira de 32 anos vai se casar, em maio, com três dias de festa no Cairo, como manda o ritual islâmico, com o egípcio Karim El Chiaty, herdeiro de um dos maiores grupos de turismo de luxo locais, o Travco, fundado por seu pai, Hamed El Chiaty.
Quando está no Cairo, Ana Beatriz, que já mostrou o corpão sem pudores em editoriais como o que fez para o polêmico Terry Richardson para a W Magazine da Grã Bretanha, ou para Mario Testino no seu livro “Mario de Janeiro”, usa mangas compridas e zero decote. “É respeito à cultura dos outros; isso não me agride em nada. É lindo também estar coberta”, diz.
A modelo de também belíssimos olhos – uns dizem ser azuis, outros, verdes – também conta na mesma entrevista que, quando começou, olhavam para o seu quadril e a chamavam de gorda. “O padrão era magreza, magreza, magreza. Levamos muita porta na cara até vencermos isso”, desabafa.
Apesar disso ou por causa de, o assédio masculino não parava. “Quando eu tinha uns 15 anos, um cara de 50 me mandou flores e um ursinho depois de ter me visto no avião. Outro mais velho ligou para o hotel em que eu estava hospedada”, lembra. Há dez anos, outro “candidato” enviou-lhe 1.001 rosas, uma esmeralda de três quilates da Cartier, um voucher de US$ 200 mil para gastar na Louis Vuitton e cartas e mais cartas aterrorizadoras. “Mandei um e-mail e exigi que ele parasse, sob pena de tomar medidas judiciais.” Hoje em dia, acha que se uma filha sua quisesse seguir a profissão, ela tentaria impedir até os 18 anos. “Você tem que manter os pés colados ao chão e não descansar nunca. Isso, aos 17, é, sinceramente, quase impossível.”