“Africola”: é preciso ir ao sul da Austrália para comer no melhor restaurante!
Para começar, o drinque com o nome da casa: fresco e aromático – folha de figo, tintura de alho negro (não dá bafo, viu?!) etc. E não é enjoativo – é feito a partir de um Brandy sul-africano envelhecido cinco anos, um destilado de vinhos que na França é chamado de conhaque.
A casualidade cheia de charme e sem frescuras do restaurante deixa você completamente à vontade, sem perceber que está em um local que oferece altíssima gastronomia e serviço impecáveis.
Fiquei muito bem impressionada com a autenticidade do menu e com a preciosidade com que são elaborados e montados os pratos. Claro que o chef conta com uma equipe grande e muito bem afinada por sinal. E silenciosa, claro!
Levaram-me ao bar, em frente à grelha – que, diga-se de passagem, é sensacional, comandada por uma mulher que a domina com perfeição. De alguma forma, lembra um pouco o nosso churrasco brasileiro porque de lá saem alguns tipos de carne suculentas – no ponto exato de cozimento – e alguns legumes, como a couve-flor, que estou na vontade até agora!
O forno a lenha, dificilmente encontrado em restaurantes, a não ser para pizzas, também é muito usado para realizar e finalizar cocções, dando sabor e aroma que fazem toda a diferença.
Mas vamos ao que interessa: comecei pela carne desidratada usualmente consumida na África, que normalmente não gosto, com maionese caseira bastante saborosa.”Bush meats” com ostras, que não curti muito; isso porque, no que se refere a ostras, sou muito purista – gosto de comê-las com limão ou, no máximo, com gotinhas de tabasco e échalotes. Camarões na brasa (cabeças recheadas de sabor, divinos!) com abóbora caipira, lingfish com bacon – combinação de mar e terra, e meu preferido. Carne, que normalmente não como, com repolho roxo marinado. Aliás, eles exploram com frequência os sabores azedo/ácido, que ajudam a abrir o paladar. Interessante.
E a sobremesa? Gran Finale’ perfeito: sorvete com farofa e grãos de milho e chocolate com farofa de menta, TIPICAMENTE sul-africanas.
Porém, o melhor de tudo foi a companhia! Duncan Welgemoed, considerado Chef do Ano pelo Advertiser Food Awards de 2014 e o seu amigo e também chef do restaurante Orana – que parece ser espetacular e, no mínimo, um ótimo motivo para eu voltar para Adelaide, em breve.
Ambos, além de chefs fabulosos, são bons de papo, interessantes e sabem exatamente o que estão fazendo, e isso inclui um trabalho de consciência e unidade, respeito à natureza e às raízes das comunidades aborígines. Uso de produtos regionais, subsidiando e fomentando a pesquisa e a cultura locais.
Gosto com bom gosto!
DROPS INFORMATIVOS:
http://www.africola.com.au
http://restaurantorana.com