Nesta quinta-feira (29/01), Carlos Tufvesson, coordenador especial da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio, teve agenda cheia para divulgar a data – embora pouco conhecido, o 29 de janeiro é o Dia Nacional da Visibilidade Trans. Pela manhã, Carlos participou do programa “Encontro com Fátima Bernardes”, na Globo, e o assunto ganhou rede nacional.
Ele levou à tevê Alessandra Ramos, que fala cinco idiomas além do português, mas teve que abrir sua própria empresa por ter tido mais de 60 oportunidades de emprego negadas. “Chegava ao fim das seleções e quando batiam minha identidade com nome masculino e o meu visual feminino, minha vaga era limada”, contou.
À tarde, Tufvesson entregou diploma a 24 alunas formadas pelo Projeto Damas e comandou, no Centro do Rio, uma mesa-redonda sobre empregabilidade de pessoas trans.
“A questão da empregabilidade é fundamental. Converso com meus amigos empresários para que eles deem uma oportunidade às transexuais e travestis e eles acham que elas não se adequarão aos serviços por não terem vagas para artistas ou cantoras. É preciso parar com esse estigma. Nem toda trans é vedete ou prostituta. E elas não têm nomes espalhafatosos e nem andam de paetês e lamês o dia todo”, diz Carlos.
No Projeto Damas são as próprias trans que escolhem a função para a qual querem ser preparadas: em recepção, no atendimento do comércio, na área administrativa, em saúde ou até para aprenderem a montar a própria empresa. Tufvesson avisa que basta ligar para o telefone (21) 2976-9137 para dar oportunidade a essas pessoas. “Temos mais de 100 alunas formadas que são competentes profissionalmente e podem preencher qualquer vaga”, explica o coordenador. “Ninguém precisa ser trans para lutar contra a transfobia”.