As cinzas de Marlene Paiva, grande campeã dos concursos de fantasias de luxo do carnaval carioca, que morreu esse domingo (25/01), de câncer aos 80 anos, no hospital Samaritano, já têm destino. Seu corpo, velado nesta segunda-feira (26/01) no salão nobre do Clube de Regatas do Flamengo, será cremado, nesta terça-feira, no Memorial do Carmo. Por desejo expresso de Marlene, suas cinzas vão ser espalhadas na Marquês de Sapucaí.
Considerada a primeira dama do carnaval carioca, Marlene, que foi uma concorrente invencível entre as mulheres no concurso de fantasias de luxo do Theatro Municipal – tendo sido considerada “hors concours” depois de uma sequência de dez vitórias nas décadas de 60 a 70 – preferiu desfilar nas escolas de samba quando a disputa do Municipal acabou. Na época, declarou que queria retribuir o carinho do povo, que não tinha acesso ao interior do Municipal e só sabia do concurso pela tevê.
Sondada por várias agremiações, optou pela Mocidade Independente de Padre Miguel, porque seus diretores prometeram doar a ela a renda de dois ensaios – Marlene mantinha uma obra assistencial em Bangu. Em sua primeira aparição pela verde e branco veio no chão, desfilando com todo o peso da fantasia, e foi aplaudida de pé ao passar pela cabine dos jurados.
Durante 30 anos desfilou pela Mocidade e, em 2013, foi homenageada pela escola de Padre Miguel com a festa “Brilham no céu as estrelas”.
Era casada com o ex-presidente do Flamengo André Richer, atual vice-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro.