Termina este fim de semana, no Rio, a segunda temporada da peça “Silêncio!”, de Renata Mizrahi, no Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico. Como a matriarca vaidosa e controladora de uma família judia, a atriz Suzana Faini está dando um show de interpretação. Suzana acaba de filmar sua participação do filme de Marcos Schechtman com título provisório de “Maria da Graça”, sobre um homem acusado de violência contra sua mulher. A atriz paulista, com inúmeras novelas da Globo no currículo, destaca a atualidade dessa peça, por falar de intolerância e preconceito. O enredo aborda a maneira como uma família judia se vê às voltas, num jantar de Shabat, com o assunto das polonesas judias que vieram para o Brasil no final do século XIX e aqui se tornaram prostitutas, as chamadas “polacas”.
“Há até hoje essa discussão se essas moças já vieram para cá como prostitutas ou foram ludibriadas por cafetões, que até se casavam com elas na Europa antes de escravizá-las no Brasil. A peça fala do tabu, do silêncio que as pessoas fazem sobre assuntos que para elas é motivo de vergonha”, explica Suzana.”Isso ainda acontece aos montes”, acrescenta.
A atriz aponta os personagens jovens como um ponto alto do espetáculo. “Eles abrem janelas, mostram outra maneira de ver o mundo, de pensar”, diz.
Uma curiosidade: Suzana frequentemente é tida como judia, mas vem de família católica, com mãe espanhola. Portanto, ela é goi, como os judeus chamam os não-judeus. “Suzana é um nome hebraico, o que facilita a identificação”, diz, preferindo não revelar sua religião. “Tenho uma fé própria, mas acho isso um assunto muito particular”.