Juntos profissionalmente há 21 anos, o carioca Maurício Dias e o suíço Walter Riedweg já tiveram o seu trabalho em artes plásticas nos mais importantes museus do mundo, como o Centre Georges Pompidou, em Paris, o MACBA, em Barcelona, foram premiados pela Fundação Guggenheim, em Nova York, e mostraram seus projetos na Documenta 12, em Kassel (2007), e nas Bienais de Veneza (1999) e São Paulo (1998, 2000 e 2002).
Enfim, são figuras reconhecidas no circuito artístico e abrem, nesta segunda-feira (06/10), para convidados, a exposição “Histórias Frias e Chapa Quente”, na Casa França-Brasil. Segundo o curador Andreas Broegger, essa exposição “explora o contexto brasileiro contemporâneo, relatando a influência dos tempos da guerra fria sobre a atmosfera cultural e política de hoje”.
No Centro da Casa França-Brasil vai estar um cubo gigante, onde vão ser projetados mais de 600 arquivos de vídeos e trilhas sonoras, tudo coletado na internet, de 1944 até hoje – é a obra “Cold Stories”. Próximo a essa estrutura, quatro baús contendo marionetes representando Che Guevara, Mao Tsé-Tung, John Kennedy e Nikita Kruschev vão exibir vídeos com trechos de discursos icônicos desses personagens, editados de maneira perturbadora. Há, também, a videoinstalação “Chapa Quente” (2014), que mostra em quatro telas capacetes, cassetetes e ampolas de gás lacrimogêneo usados pela polícia: a cada vez que os objetos se repetem em sequência, como num visor de caça-níqueis, surgem imagens dos protestos que sacudiram o Brasil em 2013, associadas a fotos históricas da ditadura e a fenômenos naturais de grande intensidade.