O Dia Nacional da Visibilidade Lésbica é só na sexta-feira (29/08), mas a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres faz, nesta terça-feira (26/08), às 9h30, uma roda de conversa sobre preconceitos e desafios, no auditório da Praça Pio X 119, 9º andar, na Candelária.
Segundo Marcelle Esteves, vice-presidente do Grupo Arco-Íris e uma das palestrantes do encontro – o outro é Carlos Tufvesson, da Coordenadoria Especial de Diversidade Sexual (Ceds) – ao mesmo tempo em que as novelas de TV vêm trazendo o debate à tona, com casais formados por mulheres, o processo de aceitação está num momento de retrocesso. “Tem aumentado o número de agressões físicas contra lésbicas, principalmente na Baixada Fluminense”, conta a assistente social, que se baseia em relatos e denúncias feitos no Centro de Referência e em dados obtidos junto à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Marcelle acredita que “a religiosidade muito aflorada” está contribuindo para a violência contra a mulher homossexual.Outro ponto que ela considera sensível é a questão do atendimento na saúde pública e os preconceitos detectados nos profissionais de saúde. “É um assunto que passa despercebido para a sociedade: é comum ginecologistas não fazerem exame de Papanicolau quando sabem que a paciente é lésbica. Para eles, se não há penetração masculina, não há vida sexualmente ativa. Sem prevenção, cresce o número de lésbicas com câncer no endométrio e de colo de útero”, lamenta.